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Ciclo de Exposições e Conversas

Sala Estúdio, Centro de Artes de Águeda (CAA), Agueda, Portugal

14/01 – 22/02/2023

 

Numa rápida leitura o desenho para muitos não será mais do que um processo para adornar algo, aliado a um virtuosismo de execução. Mas esta forma de o “olhar” não deixa de ser redutora quanto à sua apreciação. O desenho é muito mais para além disso. O desenho faz parte de um pensamento visual que move o trabalho do artista. A obra de arte nasce como uma interação entre visão e pensamento, sendo corporizada grande parte das vezes através do recurso a este meio de registo. Isto é, poderemos entendê-lo como uma prática intelectual, uma manifestação primeira do pensamento, resultando na materialização visual do que se pensa. Ao longo da História da Arte, verificou-se que o desenho foi sendo relegado para um segundo plano, tido como um mero registo preparatório e que não deveria ser partilhado. Apenas lhe era conferida a função de apoio à elaboração das práticas maiores, ou seja, da pintura e escultura. A partir dos anos 50 e 60 do século passado, foi reconhecido como uma área de criação autónoma, com um estatuto idêntico ao da pintura ou da escultura, podendo assumir-se o desenho, nos seus vários registos, como materialização final, portadora de sentidos autónomos. Os discursos artísticos interdisciplinares, com pontos de partida de várias áreas, adquirem agora um novo corpo, misturando-se e complementando-se, tornando assim as nomenclaturas tradicionais de algum modo obsoletas. As imagens desencadeiam processos no nosso cérebro que as palavras não reconhecem. Desenhar não é apenas um processo artístico, é também pensamento. Desenhar é apropriar-se da realidade, é dar-lhe forma. O desenho é uma das formas mais antigas e perfeitas de interpretação e criação do mundo. Este é o mote para um conjunto de exposições que integram o programa do ciclo “O Desenho como Pensamento”, em que diversos artistas convidados, distintos na sua linguagem conceptual, privilegiam o desenho na sua obra.

 

Diretor Artístico do Ciclo
Alexandre Baptista

 

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Alicia Kopf

Girona, 1982

Lives and works in Barcelona

 

 

From the exercise of drawing and writing, Alicia Kopf reflects on apparently individual issues that have become generational concerns.

 

The expressive dimension of her work is related to her studies in Fine Arts and Comparative Literature, studies that allow her to get closer to subjects as diverse as poor housing or the epic of polar exploration from a position that combines both awe and ironic distance.

 

Alicia Kopf’s work arises from a metaphor, which allows her to perform an analytic exercise that will finally lead to different associations. Thus, in her project Articantàrtic, from the appropriation and the reshaping of graphical and narrative documents, Alicia Kopf turns a historical account into a first person narrative concerning resistance, obsession and the idea of conquest.

Javier Peñafiel

Zaragoza, 1964

Lives and works in Mallorca

 

 

Javier Peñafiel’s work, drawings, videos, texts and sculptures make up a linguistic system parallel to a reality to which he is unconnected.

 

All through his career, Javier Peñafiel has built up a universe inhabited by characters; by sentences that work autonomously, such as phrases that have the duty to bother the quiet and routine based use of the language by the spectator; or videos where diverse elements are combined in the shape of tableaux, sharing a space but keeping at the same time their identity separate.

 

The works of Javier Peñafiel show the necessity and the difficulty in direct communication. His works investigate the double identity – as obstacle and as a bridge- that the language represents in such communication.